February 10, 2018
Floral de Iris Amarelo (Iris Pseudacorus) – Expressão Criativa
This common body
Like to a vagabond flag upon the stream
Goes to and back, lackeying the varying tide,
To root itself with motion
Shakespeare, Anthony
and Cleopatra
Numa manhã de Abril há um ano atrás, as aves e os insectos voavam em grande
azáfama enquanto me preparava para ir até ao rio da aldeia da minha avó. Sabia
que aí encontraria muitas destas flores -uma observação anual tinha-me mostrado
serem as zonas húmidas o seu habitat favorito-, quando… o encontro no nosso
jardim! Não me recordava de ter colocado ali nenhum, mas a sincronia certamente
queria dizer-me algo e, como levava um frasquinho já com energia destas flores
-recolhida à beira de um córrego de uma bonita quinta em Sintra-, aproveitei e
fiquei por ali.
O sol estava na altura certa e, quando me sintonizei com aquele modesto
Iris (que até parecia meio deslocado), uma brilhante fada amarela de longas
asas pontiagudas revelou-se sentada na flor. Silenciosamente foi deixando
escorrer para a água que eu levava a sua essência mágica orvalhada, como se de
gotas de mel se tratassem, salientando a grande quantidade de néctar que cada
flor desta espécie se diz produzir e também um dos seus ápodos: “róscida”
(orvalhada). Foi deste modo que a nossa horta e jardim devolvia a criatividade
que nela tínhamos investido, após anos e anos de abandono, surpreendendo-me a
mim em particular com o florescimento daquela que precisamente buscava.
A Iris Pseudacorus é muito útil
na limpeza de águas pois os seus prolíficos rizomas fazem um excelente trabalho
de filtrar metais e toxinas, brilhando as solarengas flores acima do lodo. De
facto, esta planta resiliente, que mesmo cortada surge com renovada força,
possui uma cor tão pura e intensa que levanta o espírito só de ser observada,
mas que aliada à harmonia da forma nos recorda que a vida é muito mais do que
mera (sobre)vivência. É muito útil quando sentimos que os nossos “pés de barro”
nos afundam no mundo material. Este elixir dá confiança e segurança nas nossas
habilidades inatas para ser criativos e felizes, sem tensão relativamente ao
futuro, devolvendo-nos deste modo vivacidade.
Iris na mitologia grega é a mensageira de asas douradas dos deuses, fazendo
a ponte entre estes e os humanos através do arco-íris no qual viaja. Tem sido
um símbolo de eloquência e a própria flor parece estar a falar: as suas pétalas
inferiores descem em direcção ao chão como que mostrando uma boca aberta mas
constituindo na verdade a plataforma perfeita para os insectos polinizadores
aterrarem.
Este elixir ajuda a trazer inspiração quando tudo parece “aborrecido”,
dando a habilidade de VER a beleza em tudo o que nos envolve e a expressá-la de
modo a que outros a possam também ver mais claramente. Por alguma razão foi, em
anatomia, dado o nome de “Iris” à porção colorida do olho que responde à
intensidade da luz. A Iris promove em nós a vontade de explorar novas áreas e habilidades
sem medos nem reticências, avançando com fé, sabedoria e valor- que se dizia
que as suas três pétalas representam, daí ter sido muito utilizada na
heráldica. Ajuda-nos portanto a assumir o nosso ilimitado potencial partilhando
a nossa capacidade criativa com o mundo, desenvolvendo esses impulsos e
potenciais.
A nossa filha, quando tinha 4 anos,
ao tomar o elixir, revelou no mesmo dia uma mudança que foi para mim muito
clara: deixou de dizer “não” por simples vontade de contradizer e
até nos mais pequenos gestos parecia expressar-se criativamente. A sua
capacidade de cooperação demarcou-se tanto que me fez meditar no facto de, muitas
vezes, um “não” ser apenas uma fuga, um modo de evitarmos encontrar soluções
criativas para as questões da vida.
Este elixir possui a força de Júpiter e Vénus e foi sintonizado com o sol
em carneiro.
Afirmação: “Abro-me a novos projectos criativos e a outras
artes a ser reveladas”
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