Num dos Outonos mais secos sentidos na
Península Ibérica regressamos à aldeia da Galiza onde já passámos outras
temporadas e onde vários elixires nasceram. O ribeiro, apesar de reduzido a
metade, mantem-se serpenteando entre o manto de folhas que ainda caiem neste
avançado Novembro. Reencontro as Bétulas e os Castanheiros que mais parecem
casas e, num recanto do vale que praticamente não recebe sol directo, foi nas
raízes destas árvores que agora encontro os meus primeiros Amanita Muscaria, com as suas pequenas verrugas de cor branca- remanescentes
do que em micologia se chama de “véu universal”, a membrana que envolve todo o
fungo quando é jovem.
Só quando voltei a casa me dei conta da
necessidade de realizar um elixir sem demora. No dia seguinte, às primeiras
horas frias de uma manhã de lua nova, a sintonização foi realizada utilizando água que havia trazido de Chalice Well
(Glastonbury). Os pássaros revoluteavam nos ramos acima de mim, surpresos com a
minha presença tão cedo, enquanto eu me aquecia num guardião de quatro patas que
me havia seguido silenciosamente, aguardando o que ia suceder.
Vejo então uma espécie de vapor
indefinido, ectoplasmático, a libertar-se, primeiro esbranquiçado e depois
verde translúcido, que começou a dirigir-se para a água que eu colocara.
Transformou-se então numa cúpula que abarcou todos os amanita e, nos limites que tocavam o chão, muitos pequenos seres
verde claro pareciam segurar a cúpula virados para o centro, e por isso de
costas para mim. Foi só quando um deles sai do círculo e, crescendo até dois
palmos de altura, se aproxima de mim, que pude observá-lo mais claramente. Possuía
a clássica cara e corpo alongados e verdes, orelhas compridas e olhos
amendoados escuros, que tanto podia descrever uma criatura de outro planeta
como um duende ou um goblin.
Revelou-se muito alegre e amistoso, surpreendendo-me
com tanta familiaridade, ao que, sem que eu formulasse a pergunta sequer, ele
respondeu: ”tu já pertences a este lugar”. Salientou logo a necessidade de não esquecer
que o elixir a ser sintonizado “não seria para todos”, sendo necessária uma
consulta prévia à sua utilização, pois “os véus que retira mostram o lado
sombra e processos mentais muito profundos e primordiais”. Diz isto enquanto
levanta uma ponta da imagem que vejo do cogumelo, como se fosse uma cortina,
para revelar imagens oníricas em fundo negro onde ainda consegui distinguir uma
cobra enrolada numa mão. Quando lhe perguntei, já em tom de despedida, se podia
levar aquele amanita para secar ele disse um (quase sonoro), “Não!” e
acrescentou ironicamente “Não confias no trabalho que fazes?!”. A conversa
ficou por ali…
Todos já escutámos as experiências de dimensões
cósmicas do Ser total que ocorrem com a utilização deste cogumelo. Houve quem o
associasse ao Soma, a bebida sagrada citada nos hinos dos mais antigos textos
religiosos (os vedas), sabendo-se que esta espécie de amanita existia e era consumido pelos xamãs da região. Um dos seus
nomes comuns- “Matamoscas”, provém do facto de paralisar temporariamente os
insectos que dele se aproximam, mas eventualmente também da crença medieval de
que as moscas podiam entrar na cabeça de uma pessoa e causar algum tipo de
doença mental. Uma história que inclui este amanita
é “As aventuras de Asterix e Obelix”, cheias de herança celta, em que o druida,
entre outras coisas, usava agárico na sua poção mágica dadora de força. Um dos
efeitos psicoactivos que pode provocar quando ingerido, além de energizar, é o
sentimento de estar crescendo, tendo sido registadas distorções de tamanho na
percepção de objectos durante a intoxicação pelo fungo. Acredita-se que essa
observação foi a base para os efeitos descritos na popular história de Alice no
País das Maravilhas.
Eu mesma não cheguei a experimentar
estes efeitos, mas quando ao terceiro dia de regressar ao local, e já os
encontrando pisados por animais e (parecendo até), mordidos, não resisto a
tirar uma foto com um na mão e a cheirá-lo de perto, fiquei (minutos depois), ligeiramente
nauseada, tonta e com alguma taquicardia… devia ter aproveitado para meditar e
ver que mais informações surgiam, mas estava tão empenhada noutras coisas que
nem dei atenção ao facto!
A nível vibracional este elixir possui
as mesmas características gerais dos cogumelos –ler a informação do “Elixir
Vibracional de Cogumelo (Mycena)”-, de purificar a percepção, fortificar a intuição
e ajudar a aceder a outras dimensões, sempre em conexão com a realidade, mas com
a especificidade de limpar também a informação tóxica de drogas psicotrópicas e
dos seus efeitos negativos. A sua força também provém da Lua.
Afirmação: “Purifico o meu
corpo, espírito e alma de todas as influências que obscurecem a minha percepção
e estou inundad@ de luz e energia”
Palavras-Chave: purificar a percepção
Centros
Energéticos: Frontal
Força
Planetária:Lua Nova
Local
de Sintonização: Galiza (Espanha)
Método: Geode de Calcedónia (a sintonização foi realizada
utilizando água que havia trazido de Chalice Well, Glastonbury).
Nota: Este elixir só deve ser utilizado
quando a pessoa está mental e fisicamente estável.
©Sofia Ferreira
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